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Experiência

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Atentem para mais uma das tantas idiossincrasias nossas, na cíclica e praticamente imutável arte de viver em brasileira sociedade.

Ao alvorecer dos períodos eleitorais e imposição do enfrentamento de desafios mil na senda da vindoura e fatal escolha de alguns meses adiante, para anos além, nos deparamos com o consequente refletir e deglutir a um sem número de aspectos, a tolerar um mar de falas, de indivíduos de toda a pelagem, desde aqueles que escutamos há muito, até aos outros que jamais ouvimos nada dizer a respeito de preocupações coletivas e que, de momento para outro, surgem com paixões cidadãs calorosas e projetos sabe-se lá como, quando, onde e para que fins concebidos.

Convenhamos: é sempre assim. E faz tempo!

Nossos anseios, inconformidades, angústias, e até indignações vão ter de encontrar, invariavelmente, senão eco neste ou naquele, de antanho (claudemiriando o texto) ou de agora. No mínimo alento e/ou esperança no que um deles têm falado ou passou a falar.

Então, neste seio, ressurge o brado popular (justo) com imediata resposta por candidaturas a proposito da tal da renovação. Bem assim: aberta, subjetiva, disforme, impalpável, palpitada. Tudo como se o conceito, por si fosse garantia de melhoria sem o menor potencial de piora no que quer que esteja pensando quem a anseia, como quem a defende ou, ainda, quem avoca para si a sua personificação.

Aí, exsurge o que penso seja uma confusão perigosa, quando o clamor pelo que é novo enxerga amparo naqueles a quem jamais se viu trabalhando em atividades públicas de qualquer ordem e que, mesmo sem conhecer dos desafios e das peculiaridades da atividade a que se propõe galgar, veste as cores e se apropria da proficiência para exercer aquilo que nunca fez, sequer conhece. Como, se afinal de contas é (e assim se qualifica para ganhar votos, mas acaba por confessar) neófito, novel, mirim?

A questão se agrava, quando da ode ao desconhecimento absoluto pelo candidato ou candidata sobre tudo a que se propõe exercer com eficiência, a tal da renovação se apresenta tão somente no fato da juventude etária do, ou da, pretendente do voto...

Ora, não se tata de desmerecer as candidaturas de primeira viagem, tampouco afirmar que as gerações mais recentes não são dignas da nossa fé no intuito de desfazer o que sempre tivemos e experimentamos de errado no âmbito político, mas de salientar que não basta somente isso para garantir tudo o que almejamos. A vida é quem traz magistério a lapidar conceitos, caráteres, personalidades, temperamentos e posturas, como sabemos e gostamos de ouvir nos conselhos dos mais velhos. Para tudo, aconselha aqui um homem que já passou (um pouquinho) dos quarenta.

Não por acaso, Nelson Rodrigues aconselhou aos jovens, os orientando ao recomendar: "envelheçam!".

De minha parte, parafraseio o poetinha Vinícius, mesmo que subvertendo seus dizeres para afirmar: os novos e as novas que me perdoem, mas experiência é fundamental.

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